domingo, 13 de dezembro de 2009

O NATAL E O EXCESSO DE CONSUMISMO

O Natal sempre foi a festa que mais me agradou pois quer que seja pela reunião dos familiares, pelo frio, até por ser no mês de Natal que recebo mais um ordenado ... O que é certo é que cada vez mais tenho dado menos valor a esta festa e ao que ela representa. Se em pequena seriam as prendas o motivo de maior alegria, actualmente estas deram lugar à reunião da família e ao convívio, esse sim o verdadeiro espírito de Natal. E se é certo, que com o desaparecimento das gerações mais ancestrais a festa perde um bocado da magia, é verdade que é também desta forma que damos mais valor aos que ainda estão entre nós, o que nos faz querer ainda mais aproveitar cada momento.

Por outro lado, é nestes momentos que as gerações mais novas começam a tomar o seu lugar na família e começam elas próprias a formar um núcleo que se espera forte e duradouro.

Independentemente das convicções religiosas, o que é certo é que ninguém fica indiferente a esta celebração e infelizmente o consumismo tem cada vez mais ocupado um lugar central nos festejos.
Hoje em dia, sinceramente, ao que menos dou valor é às prendas, pois as recordações e lembranças de belos convívios na noite do dia 24 par 25 são as melhores ofertas que me podem fazer.

Embora ainda goste desta quadra, sinto que o Natal já não é o que era.
Sinto que hoje em dia o espírito natalício tem vindo a perder-se. Somos invadidos por publicidade que transforma esta quadra num mero período consumista e pouco mais. Começa cada vez mais a ser apenas um período de distribuição de telemóveis, consolas de jogos e perfumes.

Na televisão, já não existe aquela invasão de programas, filmes e desenhos animados natalícios. Existem demasiadas novelas, concursos,etc e por vezes só sentimos o “cheirinho” de Natal nos intervalos publicitários. Nas emissões de rádio, as canções de Natal perdem na concorrência com as músicas que estão na moda.
As pessoas invadem os centros comerciais numa sofreguidão de comprar as prendas todas (da moda, que viram na televisão, evidentemente). É uma autêntica corrida às prendas que transforma o Natal num simples acumular de stress. A falta de imaginação na escolha dos presentes também tira um certo encanto ao momento da abertura das prendas.
A esta compra, soma-se a compra do bolo-rei, a compra do bacalhau ou do peru, a compra de tudo e mais alguma coisa. Liga-se a televisão e a mensagem continua: “compre, compre, compre…", há quem coma tanto parecendo que já não come há dias.....

Mas existe uma coisa que me alegra. A solidariedade que renasce nesta época. Embora esta deve-se ser todo o ano (lá se diz que Natal é quando um homem quer) mas do mal, o menos, para os idosos, para os sem-abrigo, para os pobres e mendigos, para os sós e abandonados e para todos aqueles que precisam de ser lembrados. Fica a tristeza de uma enorme hipocrisia de nos lembrarmos dos outros só nesta quadra.

Embora nem tudo se tenha perdido, o Natal é muito mais do que isto que o mercado selvagem adulterou.
Para mim, felizmente esta quadra vai muito para além dos bens de consumo, pois sou uma pessoa que acha que “a verdadeira riqueza não consiste em ter grandes posses, mas em ter poucas necessidades.”

Eu gasto pouquíssimo dinheiro em prendas, como somos muitas pessoas fazemos um sorteio e a pessoa que nos sair é a quem oferecemos uma prenda, assim não há muitos gastos.

A vida é um mistério e nunca saberemos durante quanto tempo por cá
andaremos. Logo, todos os bens materiais irão cá ficar no dia da minha partida (que espero que esteja ainda muito longe), o melhor que levarei comigo, serão as recordações dos bons momentos que tiver partilhado com aqueles que mais amo.

Mas cada um goza o Natal como gosta!!

Um Feliz Natal para todos vós.

Beijinhos

3 comentários:

mycá disse...

É no gosto pela vida e tudo o que de mais importante tem nessa vida que a Jacinta se destaca. Viver a vida, mas de uma forma equilibrada,feliz e palpitante e mesmo à maneira da Jacinta!
Continue assim e será sempre feliz e fará sempre os outros também... Falo por mim, pois tive muito gosto e continuo a ter muito gosto em ser sua amiga!
FELIZ NATAL!

Pedro Silva disse...

Gosto muito de te "ver" a escrever. Sim senhora!

Beijinho!

Jacinta Oliveira disse...

Olá amigos,
Como tinha apenas uma amiga quando vos conheci criei mais, sou de ter poucas amizades.
Mas as que tenho são boas, apesar de com vocês ser mais à distância, o que interessa é que estou e sei que vocês também estarão sempre à disposição para falar, desabafar, rir, etc.
Obrigado Drª. pelas palavras, no tempo da escola todos eramos conhecidos e alguns passaram a amigos e isso é que é dificil e a Drª é minha amiga sim e tou grata por isso.
Espero que esteja tudo bem consigo e familia, que o principe e a princesa estejam bem e que o Natal seja muito feliz para eles.
Pedro, eu raramente escrevo, pois só o faço quando sinto que realmente sei do que vou escrever e depois gosto do que leio, obrigado por gostares de me "ver" a escrever, mas és muito melhor tu a escrever, eu sou uma pequenina à beira de ti, da Drª Carmo e da Drª Eva.

Beijos grandes para vocês.